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Impacto do fator masculino na Infertilidade Conjugal!

Impacto do fator masculino na Infertilidade Conjugal!

Ao longo destes anos trabalhando com Reprodução Humana, tenho percebido que as tentantes pensam, logo de imediato, que o problema é sempre com elas. Porém, a verdade é que tanto o homem quanto a mulher podem ser inférteis. E as chances de isso acontecer são as mesmas para ambos: 33% dos casais não conseguem engravidar em consequência da infertilidade feminina e 33% não conseguem ter um bebê por infertilidade masculina. Os outros 34% restantes, são casos de infertilidade conjugal ou infertilidade sem causa aparente.

Por isso, é importantíssimo que os dois procurem um especialista ao mesmo tempo!

O que é infertilidade masculina?

Chama-se de infertilidade masculina a situação em que o casal não consegue engravidar devido a problemas com a saúde do homem. Ou seja, está tudo certo com a mulher, mas o parceiro apresenta algum fator ou doença que está afetando a quantidade e/ou a qualidade de seus espermatozoides. E assim, as chances de ocorrer fecundação são menores, resultando em infertilidade.

Embora seja comum que os homens tenham resistência para tratar e prevenir doenças de seus órgãos sexuais, a infertilidade masculina tem diagnóstico e tratamentos muito mais simples e menos invasivos do que a infertilidade feminina. Então, não há mais desculpas. É essencial que o parceiro participe das consultas, realize os exames solicitados e colabore com os tratamentos.

Quais as principais causas da infertilidade masculina?

A principal causa é a varicocele, uma dilatação (alargamento) das veias do cordão que sustenta os testículos e aumenta o fluxo sanguíneo no local, prejudicando a produção, qualidade e motilidade dos espermatozoides.

A varicocele pode ser tratada com cirurgia e é indicada para casais em que a mulher é mais jovem, de preferência com menos de 35 anos e que tenha uma boa reserva ovariana. Afinal, caso a cirurgia não seja eficaz e a gravidez espontânea não venha, a demora para realizar os tratamentos de reprodução assistida pode ser crucial, e reduzir ainda mais as chances do bebê em casa.

Quando a cirurgia não é bem-sucedida, a inseminação intrauterina ou a fertilização in vitro são alternativas com excelentes resultados.

Sintomas da varicocele:

  • dor na área da virilha;
  • sensação de peso nos testículos;
  • desconforto;
  • alteração estética;

Diminuição da motilidade dos espermatozoides: os espermatozoides são considerados normais quando conseguem se mover e se deslocar, pois eles precisam viajar pelo canal da vagina, passar pelo útero e chegar nas tubas uterinas, onde está o óvulo.

O espermograma é o exame indicado para detectar essa e outras alterações presentes no sêmen.

Alterações hormonais

A função reprodutiva do homem é fortemente influenciada pelos níveis de hormônios. Então, quando ocorrem alterações hormonais (nível mais baixo ou mais alto que o normal) a fertilidade masculina pode ser afetada.

Exemplos:

Quantidades anormais de FSH (hormônio folículo estimulante) podem diminuir a produção de espermatozoides

Baixos níveis do LH (hormônio luteinizante) podem levar à perda de libido, dificuldade de ereção e queda na produção de espermatozoides.

O excesso de testosterona pode ter efeitos similares ao mencionados para o LH.

Existem tratamentos com medicamentos para regular os níveis hormonais e, assim, restabelecer a função reprodutiva do homem.

Anabolizantes: chamar a atenção para os anabolizantes, que em sua maioria são compostos derivados da testosterona. O uso de anabolizantes, mesmo quando são usados “hormônios bioidênticos” (frequentemente prescritos de forma desordenada como “modulação hormonal”), podem bloquear o funcionamento da hipófise, órgão responsável pela produção de hormônios como o FSH, que é imprescindível para gerar os espermatozoides. Em 20% dos casos, os anabolizantes interrompem permanentemente a produção de espermatozoides, isto é, de modo irreversível.

Infecções do trato genital masculino:

Quando não tratadas, as doenças sexualmente transmissíveis (DST) podem evoluir para infecções mais graves, se espalhando pelo trato genital masculino.

Dentre as infecções/inflamações que podem afetar a fertilidade, podemos citar:

  • a uretrite (infecção na uretra);
  • epididimite (infecção dos canais onde os espermatozóides ficam armazenados);
  • orquite (infecção nos testículos);
  • prostatite (infecção na próstata).

Tais infecções podem diminuir a qualidade e/ou a quantidade do sêmen, reduzindo as chances do casal engravidar.

Neste caso, indica-se o tratamento da infecção, para retornar a produção normal de espermatozoides. Mas caso a doença não seja diagnosticada e tratada pode levar a sequelas obstrutivas irreversíveis.

Estilo de vida

Dependendo do estilo de vida do homem, ele pode ter uma baixa produção de espermatozoides ou produzir espermatozoides anormais.

Um exemplo de hábito altamente prejudicial à fertilidade é o tabagismo. As consequências são uma quantidade insuficiente de sêmen e um número maior de espermatozoides anormais, quando comparado com homens não fumantes. Outro detalhe é que os espermatozoides de fumantes podem apresentar problemas de motilidade, ou seja, dificuldade para se deslocar até o óvulo.

Além do tabagismo, a obesidade também é uma grande inimiga da fertilidade. Um peso acima do normal pode:

  • provocar mudanças nas características do sêmen;
    diminuir a quantidade de espermatozoides;
    desequilibrar os níveis de hormônios sexuais, necessários para a produção de espermatozoides.

Dessa maneira, a solução indicada é interromper o fumo, emagrecer e adquirir hábitos saudáveis (dieta mais equilibrada e exercícios físicos regulares).

Quimioterapia e radioterapia

Dois efeitos colaterais da quimioterapia e da radioterapia são a morte de células precursoras de espermatozoides e alterações hormonais. Como consequência, estes tratamentos para câncer podem causar infertilidade masculina temporária ou esterilidade permanente. A recomendação é o congelamento de sêmen, antes de iniciar o tratamento para o câncer.

Quais são os sintomas da infertilidade masculina?

Muitos homens inférteis levam uma vida sexual normal e, por isso, não desconfiam que possuem problemas para gerar um bebê. No entanto, existem alguns sintomas que podem estar relacionados à infertilidade masculina. Em vista disso, os seguintes sinais merecem atenção redobrada:

  • inchaço ou caroço nos testículos (pode ser varicocele);
  • desenvolvimento de mamas (pode ser alguma síndrome como a de Klinefelter ou desequilíbrio dos hormônios sexuais);
  • diminuição dos pelos do corpo e da libido (desequilíbrio dos hormônios sexuais como a testosterona);
  • pênis e/ou bolsa escrotal com feridas e/ou pus (possível DST, que se não for tratada, pode afetar a produção de espermatozoides).

Quais exames detectam a infertilidade masculina?

Normalmente são solicitados, pelo menos, dois espermogramas, exame simples, que pode ser feito em clínicas de reprodução assistidas com ambiente mais reservado do que os laboratórios.

Como é feito o espermograma?

O sêmen é colhido por masturbação e o material analisado por embriologistas, sob diferentes aspectos:

Volume de espermatozoides: permite investigar indícios de infecções, obstruções ou ejaculação retrógrada.

Motilidade: o ideal é que 32% ou mais dos espermatozoides da amostra sejam capazes de se deslocar (espermatozóides móveis progressivos).

Morfologia: avalia o formato da cauda e da cabeça dos espermatozoides.

Espermocultura: busca pela presença de bactérias típicas de DSTs ou de outra infecção, que possa afetar a fertilidade do homem.

Caso sejam detectadas alterações no sêmen a partir dos resultados do espermograma, outros exames podem ser realizados, tais como:

avaliação da bolsa escrotal por exame físico e ultrassom

avaliação hormonal (níveis de FSH, LH, testosterona e outros) por meio de exame de sangue.

Fragmentação do DNA dos espermatozoide (realizado a partir de amostra do sêmen, analisa a porcentagem de espermatozoides com material genético danificado)

Infertilidade masculina tem tratamento?

De acordo com o problema de saúde, o médico responsável irá indicar o tratamento mais adequado. Dependendo da doença, a questão pode ser resolvida com medicação. Outros casos podem exigir uma cirurgia, como é o exemplo da varicocele.

Porém, muitas vezes a infertilidade masculina pode ser tratada apenas com novos hábitos de vida. Parar de fumar, evitar anabolizantes, emagrecer, evitar álcool em excesso, ter uma alimentação saudável, tudo isso contribui para uma produção normal de espermatozoides. Portanto, não apenas a tentante, mas o seu parceiro também deve manter cuidados com a saúde, para restabelecer, se for o caso, a sua fertilidade.

Caso o seu parceiro apresente algum dos sintomas comentados ou vocês já tenham alcançado o prazo de tentativas (1 ano ou 6 meses, para mulheres com mais de 35 anos), então chegou a hora de buscar ajuda médica.

Meu nome é Dr. Antônio Miziara e sou médico especialista em Reprodução Humana. Tenho mais de 10 anos de experiência e posso garantir que há várias maneiras de tratar a infertilidade. Então fiquem à vontade para marcar uma conversa clicando no botão abaixo.

Um forte abraço!

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Dr. Antônio Miziara | CRM-MS 4722 | RQE 3706 Médico Especialista em Reprodução Humana

Formado em Medicina pela FMT em 2004 com Especialização
em Ginecologia, Obstetrícia e Endoscopia Ginecológica pela
FEBRASGO, Especialista em Reprodução Assistida pela rede
latinoamericana de reprodução assistida e Especialista em
Reprodução assistida pela federação brasileira de ginecologia e
obstetrícia (FEBRASGO). Diretor técnico da clínica Fertiliv em
Campo Grande – MS

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